Rio de Janeiro confirma sua fama de cidade cara

A Pesquisa Internacional de Preços da Hotelaria, publicada pela Embratur, confirmou uma antiga reclamação dos turistas. Principalmente nos últimos dois a três anos. A cidade está ficando cara, afugentando o turista e abrindo espaço para a descoberta de novos destinos, novos roteiros. Segundo os dados, levantados de dezembro de 2012 a março de 2013, apresentados pelo órgão governamental, a cidade só perde em termos de preço para Miami, nos Estados Unidos, e Punta Cana, na República Dominicana, deixando para trás cidades como Nova Iorque, Cancún, Madrid e Paris.

Por certo, agora, surgirão inúmeros vilões para essa valorização, que ajudam a prejudicar o fluxo turístico. Alguns exemplos concretos começam a sinalizar os efeitos dessa alta, como a queda do fluxo de turistas no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim - Galeão no primeiro trimestre desse ano. Foi o único aeroporto, dentre os quatro maiores do país, a apresentar queda de turistas, mesmo durante o período de Carnaval. Empresas aéreas, como a TAM, estão suspendendo voos diretos entre a capital fluminense e algumas cidades europeias, como Paris e Frankfurt. Da mesma forma, companhias de cruzeiro já anunciaram a diminuição das atracações no Rio de Janeiro, preferindo cidades uruguaias e argentinas.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Enrico Fermi, admitiu que as tarifas estão elevadas, culpando os impostos. Para ele, o preço reflete a alta carga tributária do país, uma das maiores do mundo, e o ambiente desfavorável. Já o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), Edmar Bull, lembrou que o país sofre com falta de infraestrutura e alertou que, se pensat em levar um evento para o Nordeste, sofrerá com a falta de malha aérea.

A resposta da Embratur foi rápida. O presidente do órgão, Flávio Dino, disse que não haverá intervenção do governo no mercado e reiterou que, dentro da política de divulgação do país, a licitação para a reabertura de 13 Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs) está na fase de análise de propostas. Serão dois na América do Sul: Buenos Aires e Lima; três na América do Norte: Nova Iorque, Los Angeles e Chicago; sete na Europa: Amsterdan, Frankfurt, Madrid, Paris, Milão, Lisboa e Londres; e um na Ásia: Tóquio.

É esperar para ver os próximos capítulos dessa briga, que acaba comprometendo a política de desenvolvimento turístico do estado. É hora de chamar o segmento e tentar encontrar caminhos que reconduzam os turistas à Cidade Maravilhosa.